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sábado, 21 de abril de 2012

Entre espirros e enxaquecas

Sabe aqueles momentos da vida em que você não sabe se vai continuar respirando, porque tem alergia toda vez que há uma obra, envolvendo gesso, em sua casa, e sua mãe inventa uma obra dessas para seu fim de semana? Então, é essa a minha situação atual. Não bastasse isso, entrei numa furada por ter confiado na mesma. Ao invés de estar com amigos em um bom evento, fui enrolado, juntamente com minha progenitora, por uma ingenuidade da mesma de achar que se pode confiar em amigos que não fazem questão de falar com ela há mais de cinco anos e aparecem do nada, como se nada tivesse acontecido.

Despojada minha raiva, temporária, agora posso chegar ao tema do post. Que não existe. Pois é, não há tema hoje, não há assunto para ser discutido. Acho improvável um ser humano que enfrenta uma crise alérgica ter criatividade para escrever algo, desenvolver alguma opinião ou crítica.

logo-oficial-metal-open-air2012Hoje fui surpreendido quando li as notícias sobre o Metal Open Air, evento de rock que ocorreu em Porto Alegre. Muitas bandas que não foram tocar, cancelando na última hora, uma falta de organização impressionante, tumulto, violência... E mais um evento mal organizado. O triste é que não tarde a bola da vez dos microblogs será criticar o metal, ligando o movimento à desordem e ao fracasso, como se roqueiros estivessem todos destinados a não saber se organizarem.

Isso já deve estar acontecendo. Afinal, preconceito é o que não falta nessa web. É muita oportunidade para falar o que se pensa. E ninguém liga para o respeito ou impõe limites. Não há filtro, não há bom senso. Não vou dizer que está se dando liberdade a quem não merece, pois fico próximo de uma censura, o que sou contra. Que xinguem, que berrem, afinal, quem realmente pensa e tem um pouco de juízo, não liga para comentários bestas.

Internet é bem isso, uma terra com muita gente. Ou não, internet não pode ser vista como uma única terra. Talvez sejam terras, no plural. Muitas terras, cada uma com suas regras. No twitter você pode xingar, afinal seus amigos do facebook não estão lendo o que você diz. Ao menos não os amigos chatos. No facebook, temos que postar manifestos políticos e sociais, para no twitter falarmos dos looks dos famosos. E no tumblr, no tumblr eu posso publicar o que eu sinto, afinal não terá aquele povo do twitter enchendo-me o saco...

Aliás, quem sou eu na internet? Não existe esse único “eu” na internet. Em cada lugar, cada pessoa, muito diferente da de outra rede. A internet proporciona esse uso de máscaras. Se bem que não há o “verdadeiro eu”. O que há é o que as pessoas veem, não é mesmo? Quantas vezes você já quis usar aquela camisa, ouvir aquela música, mas não o fez. Não o fez porque seus amigos não gostavam disso, ia soar mal, não é mesmo? Tem que seguir o que o grupo dita. Isso não é censura? Ah, nem tanto, certo? O que é liberdade afinal?

Cada um tem um conceito diferente para o que é liberdade, resta encontrarmos o que há em comum em todos. Será que é assim mesmo? Ou será que todos estão errados e a liberdade é algo bem diferente do que pensamos? Mas pera lá, liberdade não é algo físico, que pode ser tocado, é uma ideia. Eu tenho uma ideia, você não sabe a ideia que tive, pode tentar entende-la no momento em que eu te contar. Mas quem garante que contei tudo? Se liberdade é uma ideia, de quem será? A enxaqueca começa a subir, já espirrei umas mil vezes nos últimos vinte minutos. A noite continua a durar e nunca acabar. O sol virá e não trará consigo a paz. Afinal, o que será essa coisa estranha e desconhecida que chamamos de paz?

 

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